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terça-feira, 6 de setembro de 2011

xtupida!

Se meto tudo em todo o lado e coloco onde devia pôr, para que serve esse teimoso verbinho com pretensões a insubstituível? Porque no colocar é que está o ganho, visto que pôr não se lhe compara em quantidade e sonoridade silábica.
Já agora, meto sim, para que saibam, visto que pôr dentro de é significado que já não assenta neste outro verbo, de forma alguma, nem sequer para as últimas gerações de professores e outros doutos universitários.
Mais uma vez, para que serve o insignificante pôr? Só se for para sufixar em pôr-ra!, e ganhar em óbvia utilidade vernácula e imediata.
Estranho? Nem pensar, num país em que o negócio da Educação se tornou num chorudo retorno de euros sem exigências de quaisquer mais-valias sociais ou culturais.
O que é preciso é meter o comer na mesa e não queimar a vista com coisas que não pagam a renda a ninguém. E, pelo caminho, controlar a rotunda e fazer orelhas mouchas a esses que acham que sabem tudo. Ou não é verdade que o comer se cozinha todo em cru, como toda a gente sabe, e que os legumes da sopa se torturam?
Além disso, também digo a ela que ouvistes muito bem e que vais de carrinho se vens práki engrupir-me com o acordo outrográfico. Táxe?
Portanto, pôr, pôr, isso é que nem pensar.

sábado, 6 de junho de 2009

um coração cheio de reais



As editoras portuguesas estão amuadas com as suas congéneres brasileiras que andam a comprar os direitos de obras em língua portuguesa para todo o mundo e assim as impedem de editar autores em Portugal, deixando os leitores interessados entregues às edições em português do Brasil. (Ver aqui)
A culpa, dizem, é do acordo ortográfico. Que julgavam? Que os brasileiros se deram ao trabalho de dinamizar a aprovação do dito porque gostam do sotaque? Os corações verdes e amarelos pensaram foi nos reais. E o resto é ingenuidade e amuo que só nos faz perder mais tempo.
Durante mais de trinta anos não houve a mínima preocupação em pensar numa estratégia que permitisse investir também no mercado dos PALOP. Não houve capacidade para pôr aos cinco livros de cada vez à venda nas principais cidades dos territórios que já foram portugueses. Mas os armazéns das editoras estão cheios de sobras de muitas edições, cujo caminho provável é a venda ao quilo, para a reciclagem.
Em vez de comprarem os direitos para a língua portuguesa no mundo, bastavam-lhes os direitos para aqui, a pensar nas dificuldades que haveria em entrar no mercado brasileiro e ignorando as ex-colónias portuguesas, mesmo após as boas intenções criadas com a CPLP.
A poupança tem as suas desvantagens, assim como a preguiça de pensar um pouco além do nosso quintal.
Não muda nada, é claro, porque o que fazem os editores brasileiros podem fazer os portugueses. Podem alegar que o mercado é muito maior, que já há muitos editores com sotaque, etc. Mas também há dificuldades económicas muito maiores do que cá e, no entanto, multiplicam-se em iniciativas e ganham terreno onde por cá nem se tenta.
Os brasileiros pensaram no mercado de Moçambique e de Angola? Também os espanhóis, os franceses, os chineses e todos quantos possam chegar lá. Vamos entrar no jogo ou vamos ficar a chorar no canto, amuados como meninos mimados e habituados a chantagens emocionais?