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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

não desistir de nós

foto: Maria Isabel Mota
If I fall short, if I don't make the grades' / If your expectations aren't met in me today / There is always tomorrow, or tomorrow night / Hang in there baby, sooner or later / I know ill get it right, // Please, don't give up on me / Oh please don't give up on me / I know its late, late in the game / But my feelings, my true feelings / Haven't changed / Here in my heart // I know, I know I was wrong, wrong wrong, wrong, wrong, wrong / I'd like to make amends for the love that I never, ever, ever, ever shown / Just don't give up on me, every word is true // I'll give you my everything, all of my love,all of my love, all of my love love love / Just don't give up on me / Oh please, please, please / Don't give up on me. // I don't want you to / I know its late, but wait, please, please, please, please / Don't give up on me / Promise, will you promise / will you promise me / Please don't give up on me // We can make it if we try / I'm gonna hold on, hold on with me'
And don't give up on me, oh-ooh, -oohohoooh -baby / Oh baby, Oh baby, please, don't-give-up-on-me / Whatever you do, we gonna make it, gonna make it through / Don't you give up on me, please, please, please Promise me / Don't-give-up-on-me.
(Autores: Bucky Hoy Lindsey, Carson Whitsett, Dan Penn; intérprete: Solomon Burke)

A arte tem uma forma subtil de nos conciliar com a nossa verdadeira natureza. De revelar verdades escondidas, ou esquecidas, sincronias connosco e com os outros. Por isso nos emocionamos com as manifestações artísticas, mesmo sem entendermos porquê. Procuramos explicações inteligentes sem nos darmos conta que as emocionais já nos disseram tudo.
Uma canção de amor, aparentemente dirigida a algo ou alguém fora de nós, é afinal uma grande oração de amor a nosso favor. À nossa imensa capacidade de amar e necessidade de manter esse amor, e a esperança que lhe está associada, como uma chama sempre acesa.
Uma oração de amor também ao outro, num reconhecimento instintivo da unicidade que nos liga e se revela igualmente no amor que lhe dedicamos.
Como diz a canção, é importante não desistirmos de nós e mantermos viva uma promessa nesse sentido. Uma invocação do melhor que há cá dentro não é jamais uma oração em vão. É a esperança e a concretização, na lembrança, dessa força divina que nos move, justifica e apenas necessita de um gesto mínimo para se manifestar.



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

porcos, para que vos quero?

Pig by Adam Brett









O porco é um dos meus animais preferidos. Até gostava de ter um em casa, por achar que os são uma excelente companhia, além de muito inteligentes. Mas cheguei à conclusão de que já não me apetece viver paredes meias com quem não é capaz de tratar sozinho da sua higiene pessoal. Acredito que limpar a porcaria dos outros não é a minha missão pessoal. Além disso, como explicaria ao bichinho a carne de porco à alentejana?
Sem falar no facto de ter de aprender a grunhir em tempo recorde, para ter de estabelecer uma forma mais ou menos justa de comunicação. Não que espere que os porcos, cães, gatos, cavalos, galinhas ou periquitos façam o mesmo, pois o preconceito de ter de ser eu a estabelecer o elo mais justo entre nós é meu e não deles. Quem nasce burro acaba a pastar.
No fundo, o impulso do relacionamento é um furacão com artes de atracção quase inexplicáveis. Por que razão hei-de procurar uma relação com um porco, com contornos tão abaixo do que considero uma partilha equilibrada? E, no entanto, ela desenha-se como possível no momento em que ponho os olhos no bichinho.
O porco não é, claramente, o único objecto desta compulsão. Até uma inanimada caneca de café tem artes de me arrancar afeição. É mais do que apego e manifesta-se nas mais surpreendentes circunstâncias, até naquelas em que a lista de desvantagens se desenrola vertiginosamente na nossa cabeça no instante em que emerge essa urgência de contacto com o exterior.
Porcos, para que vos quero?
Só pode ser um bug, ou o vírus do plano divino, em que tudo está ligado e não temos outro remédio que o de aceitar que todos os porcos suscitam em nós empatia e uma sensação de pertença que vai bem além dos nossos preconceitos.
Venham de lá esses porcos...