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segunda-feira, 25 de maio de 2020

looking for elephants

"looking for elephants" by MMF
O assunto do dia são os elefantes brancos, que até têm uma ordem honorífica na Tailândia. Que são uma bênção e uma maldição. E às vezes cor-de-rosa, mas não muitas, para não incomodar por excessiva candura ou entusiasmo. Prefiro os que voam, mas não acho cómodo aumentarem-lhes as orelhas como se precisassem asas maiores que as da imaginação.
Nunca vi um elefante branco, mas vejo todos dias pessoas que parecem perseguidas por um. É pior do que ouvir vozes assassinas, como os esquizóides. Transformam qualquer vida normal num inferno pior do que o verdadeiro, que não é neste mundo e por isso nos vai dando umas folgas.
No outro dia, por exemplo, vi uma das vizinhas de máscara ao queixo, a passear o canídeo adoptado, que manca e gosta de roer a rede de metal do portão para se escapar para a rua. Arrastavam-se como se tivessem o peso de um elefante nas costas. Não me pareceu nada saudável.
No meu caso, quando sinto que anda um desses bichos por perto, atiro-me para o sofá e finjo-me de morta. Até que passe e me deixe em paz para enterrar mais um bocado de vida em rotinas estúpidas. O estúpido distrai-nos do que nos apoquenta. 
Voltando aos elefantes brancos, é preciso ter em conta que são como aqueles gatos pelados que não podem apanhar sol e são bonitos de tão feios. Pondero todos os dias a necessidade de manter por perto um proboscídeo com tantos problemas de manutenção.
Em Malta adaptaram-se e viraram inteligentemente anões de dieta parcimoniosa. O que mostra que mantê-los numa sala de estar normal também pode ser possível com as devidas contenções.
Para todos os efeitos, ando à procura de elefantes, brancos ou não. 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

sexta-feira treze

"Friday and 13"

Nasci numa sexta-feira treze e nunca entendi a negatividade que a ela se associa. O treze é um número simpático e reduzido à sua expressão mais simples, dá quatro, o número do quadrado que sustenta as pirâmides, por exemplo. É sólido, representa fundações e outras construções mentais que muito nos aproveitam.
Usar o dia para assustar alguém é, no mínimo, uma fantasia de mau gosto. A maior parte das pessoas diverte-se a plantar sementes de superstição nos outros e isso não é muito saudável. Especialmente neste momento em que a nossa consciência alargada nos mostra que, mais do que nunca, devemos explorar todas as maravilhosas potencialidades que o nosso pensamento é capaz de imaginar. E que é possível pôr em prática para moldar o mundo de uma forma mais agradável e prazenteira.
A sexta-feira treze devia ser celebrada como um momento de viragem e de concretização, de reflexão sobre a força que podemos imprimir à realização dos nossos sonhos.
Reza a história familiar que, tardando a minha resolução em vir a este mundo, só me decidi depois de uma carga de elefantes, em plena Gorongosa. Ora, o elefante é um símbolo de boa sorte e também  de sabedoria, persistência, determinação, solidariedade, sociabilidade, amizade, companheirismo, memória, longevidade e poder. Por que razão haveria, então, de ver o pior da sexta-feira treze, com tantas características auspiciosas a ela associadas?
Sempre que chega uma sexta-feira treze sinto, invariavelmente, uma energia poderosa e alegre, apenas toldada pelos disparates que por aí se dizem sobre o dia. Que mal se pode ver num gato preto ou num guarda-chuva aberto dentro de casa? A não ser, claro, preferir explorar a adrenalina do medo e as suas pouco inteligentes consequências?
Abençoadas sextas, a treze e não só. A vida está sempre a presentear-nos com tudo o que precisamos para a transformar num carrossel de alegrias e as multiplicar em maiores benesses. E todos a podem ver dessa forma, em vez de desperdiçarem o pouco tempo que nos cabe aqui em infelizes futilidades.