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quarta-feira, 25 de março de 2020

perspectivas e sobrevivências


É tudo uma questão de perspectiva. De boas escolhas em relação ao que pensamos e à forma como vivemos o dia-a-dia. 
Por exemplo, em vez de vos estar a escrever isto, podia pôr à vossa frente um objecto e esperar que o desenhassem, tal como o vêem. Depois mudava-o de lugar, virava-o e pedia que o desenhassem de novo. E podia continuar e, de cada vez, surgia um novo desenho, de uma nova perspectiva.
Repetido o exercício suficientes vezes, a mão acabava por o ir desenhando também de outra maneira. Com mais confiança, conhecimento e leveza. No final, o objecto poderia muito bem dar origem a qualquer outra coisa além do seu aspecto original.
É assim que enriquecemos a vida, mudamos a nossa perspectiva e criamos um mundo com possibilidades cada vez maiores. Assim resolvemos problemas e encontramos soluções que a princípio nem sequer lá estão.
A vida é uma obra de arte que exige a prática da criatividade para se transformar num exercício cada vez melhor. Por isso não a desperdicem com medo do fim do mundo e aproveitem para reconhecer aos artistas o seu mérito, em vez de os castigarem por nunca verem o fim ao tacho.
As crises mostram que nada é garantido. E que só a criatividade e os bons pensamentos nos valem quando tudo parece perdido.
Esta conversa foi inspirada pela Ana, amiga querida que, com o marido, põem em prática um isolamento social bem disposto. Aperaltam-se para jantar e dançam antes de se sentarem à mesa, "We Will Survive" e outras canções capazes de os encher de ânimo.
A Ana e o seu afável marido são artistas de coração. As suas cabeças estão sempre ocupadas com outras perspectivas, com o lado agradável das coisas e a fruição das coisas bonitas que tanta alegria nos traz. Por isso lhes dedico estes parágrafos e corroboro o seu ponto de vista: sobreviveremos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

às voltas nas estrelas

"starry sky" (2018)
Imaginar que andamos à volta nas estrelas. Por vezes é necessário abraçar uma imagem na nossa mente para entender que basta isso para dar uma volta à vida. Ignorar a existência de coisas desagradáveis e escolher outras que nos fazem melhor. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

a podar é que a gente se entende

"alive and free"
A simples verdade é, que para nosso descanso, gostamos de podar tudo à nossa volta. Não suportamos a exuberância da variedade e preferimos domar os ramos que escolhem caminhos diferentes da ordem que consideramos aceitável.
Depois queremos muito ter mais escolhas, mas vamos eliminando as que achamos estar a mais, sem gastar um momento a ponderar se não estarão defronte dos nossos olhos para alargar o nosso leque de possibilidades.
Julgamos mas depois queixamo-nos imenso de que nos ceifam as escolhas. Fazemo-lo todos os dias e não admitimos que a redução é posta em prática, em primeiríssima mão, por nós. A responsabilidade atira-se, irresponsavelmente, para os outros, para o exterior, para a rua. 
Como se não bastasse essa cegueira auto-imposta, ainda levamos a loucura ao ponto de deixarmos que um grupo de ceifeiros manipule uma entidade estatal, também da nossa responsabilidade, que todos os dias se ocupa a criar regras de normalização que nos transforma a todos em embalagens do mesmo tamanho, com o mesmo peso e códigos de barra para nada falhar ao seu controlo.
Que triste imagem temos de nós mesmos e que catalizador exponencial é o menorizante conjunto de regras que admitimos para a interacção social.
Em contacto com os outros, admitimos, relutantemente, uma mão cheia de regras de funcionamento, qual delas a mais manietante. Dentro nós ainda vamos sonhando, mas com os outros temos regras de calabouço e é assim que nos sentimos em sociedade.
Em vez de aproveitar o ímpeto de possibilidades que uma maior liberdade, bem educada, nos concederia. 

domingo, 13 de maio de 2018

portas e janelas


Há coisas que não se fazem, outras que são obrigatórias, nem que seja pelos dedos que se apontam ao abrigo de estados de consciência que vão e vêm como modas. Há portas e janelas que se fecham e abrem como as das casas assombradas, de prisões de todo o tipo, de saídas de emergência e por aí adiante.
Só podem ser correntes de ar, redemoinhos sem eira nem beira. Manifestações incompreensíveis de vontades e atributos cujos desígnios são como os dos deuses e de outras entidades que se nomeiam à la carte. Medos e certezas talhados mais pela imaginação do que pelo conhecimento das regras que regem todas as coisas.
Há portas e janelas, sim, mas também uma ignorância total daquelas que se devem abrir ou fechar. E ainda há o que cai ou não cai no goto, o instinto que declara alertas e os estados de coragem que ditam acções inebriantes e uma fé inexplicável nos bons desenlaces.
Temos esta vida que parece uma viagem psicadélica de causas e efeitos sem controlo aparente. E temos, obviamente, a possibilidade de a viver trancando todas as portas e janelas para fugir às correntes de ar.
São escolhas intermináveis e também a escolha de não assumir qual fazer. Na ignorância, podemos viver, simplesmente, como uma garrafa sacudida pelas ondas que não sabe a que praia chegar.

quarta-feira, 28 de março de 2018

a beleza da democracia


A beleza da democracia é que é um conceito que apenas depende de nós. São as nossas ideias, e até a falta delas, que criam limites ou uma infinidade de soluções dentro desse conceito. Como nas relações, na forma como entendemos viver a nossa vida, é a nossa noção de liberdade que se manifesta, por excesso ou por defeito, para estabelecer os contornos que desejamos serem a marca distintiva do que realizamos.
Grupos, países ou locais são fruto do uso que damos às nossas escolhas. Os ideais, por melhores e mais atraentes que os pintemos nas nossas cabeças, só se mostram nas nossas acções na medida  em que nos permitimos pô-las em prática.
O líderes que escolhemos, não têm de impor as suas ideias, na medida em que são sempre insuficientes em comparação com o vastíssimo leque das de quem os segue. O seu trabalho é ter a visão de conjunto que permita unir e ampliar as opções de todos.
Cascais é a nossa terra, o nosso corpo colectivo, o nosso porto de abrigo e a possibilidade sempre existente de moldar a nossa vida pelos limites cada vez mais extensos que possamos imaginar. Não esperemos que pequeníssimos claustros de cidadãos, por falta de imaginação de tempo ou de experiência prática do que pode ser cada vez mais perfeito, limitem a potencialidade de transformar este território nos nossos sonhos e ideais.
Os partidos não definem a qualidade de vida que nos caracteriza. Somos todos e cada um de nós que definimos essas entidades colectivas e a experiência que podem trazer à nossa existência. Um grupo político, esvaziado de ideias e do coração de quem o compõe só pode traduzir uma realidade empobrecida para o concelho e para os seus munícipes.
Tudo começa e acaba e nós, na força com que acreditamos que podemos criar uma realidade cada vez mais rica e adequada às nossas expectativas, e na coragem das nossas acções nessa direcção.
Todos os dias são oportunidades para mudarmos uma areia na engrenagem e somos duas centenas de milhar de possibilidades para que isso aconteça. Acham pouco?

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

tédio, tédio, tédio

"Spiritual pollution tv" by Ashoka
Como se não bastasse a confrangedora exibição de estupidez de que se compõem os intermináveis anúncios publicitários dos dias de hoje -- a sério, acreditam realmente que os consumidores são tão estúpidos como os conteúdos com que supostamente os vão induzir a comprar mais? --, há ainda a completa gonia de passar de canal para canal e assistir a 99 por cento de filmes de teor policial, crimes e violência. Sem escolha possível, assinando nove ou mais de trezentos canais.
Sem falar da anormalidade de programas sobre futebol -- nenhuma outra modalidade tem direito a qualquer tipo de programa de interesse, a menos que sejam os Jogos Olímpicos e outros eventos com bastantes direitos de transmissão garantidos.
Que tipo de direcção de programação acredita realmente que está a prestar um bom serviço, público ou privado, alimentando este tipo de tédio mental? Que culpa têm as pessoas de que haja gente muito limitada a escolher os conteúdos de todos os canais de televisão? 
Com um pouco de sorte, alguém um dia se lembrará de sacudir o marasmo embrutecedor da televisão com apostas mais variadas e saudáveis, com vantagem para os consumidores e para os bolsos de quem acredita que merecem melhor.
A produção nacional segue, infelizmente, o mesmo caminho. Não por falta de criatividade das propostas, mas por completa cinzentice de quem decide e escolhe o que há-de ocupar os tempos de antena.
Para quem acredita que um cargo de direcção tem prestígio, é difícil entender como conseguem prestar-se a tanta medriocridade.


sábado, 30 de setembro de 2017

simples mudança


A mudança é simples. Está sempre a acontecer. Basta que entendamos que, de instante a instante, estamos a fazer escolhas que estão sempre a reflectir-se no rumo das nossas vidas. Coisas simples como beber um copo de água em vez de um sumo, vestir primeiro uma peça de roupa em vez de outra, conduzir por uma rua ou parar numa esquina.
Todas as acções produzem um efeito e é estar mais ou menos consciente disso que produz a nossa capacidade de mudança. Entender isso é aprender a apreciar as voltas e reviravoltas que a vida dá. O constante movimento da nossa vida. E que somos os omnipotentes autores da mudança.
Claro que não é possível adivinhar todas as consequências das nossas escolhas, porque somos, todos juntos, um imenso organismo vivo a produzir toda a sorte de novos movimentos. E apenas podemos ter alguma consciência dos nossos.
Assim dito, parece não haver controlo sobre os efeitos das nossas escolhas, mesmo as mais simples. Mas há sempre uma chave para qualquer puzzle, um sentido para a forma de jogar qualquer jogo.
No nosso caso, o truque está em jogar com o coração. Seguir o nosso instinto, acreditar no que faz sentido para nós e para os outros.
É na simplicidade que encontramos o efeito mágico da vida. Nas escolhas elementares entre o que nos serve e o que sabemos que nunca nos servirá.
A mudança é simples quando tomamos consciência de que está nas nossas mãos, em todos os gestos , em todas as decisões que fazemos e tomamos.  

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

acessos condicionados

foto MMF
Há cada vez mais placas de acesso condicionado. O que se justifica quando se trata de proteger zonas sensíveis a grandes alterações. Ou pessoas em momentos de fragilidade.
O condicionamento ideal tem apenas uma tradução: a consciência de que determinados passos ou acções podem prejudicar alguém ou alguma coisa.
Como gente consciente, sabemos que não devemos ultrapassar ou eliminar os limites que vão traduzir-se em consequências nefastas para nós e para os outros.
Apesar disso, estes avisos de condicionamento tornaram-se tão comuns, que começou a ser muito fácil confundir o papel de guardião de um certo bem-estar com o de poder e posse sobre os bens que são de todos.
Por exemplo, as empresas que tornam possível a utilização de águas por todos, não são donas da água. Prestam apenas um serviço público que serve, mas que não deve ser usado para extorquir economicamente as pessoas. O mesmo se passa com as empresas que exploram a electricidade, o gás, o petróleo e outros recursos naturais. O planeta e os seus recursos são de todos e não se deve confundir um serviço com propriedade.
O mesmo se passa na política. O serviço de gerir os recursos de todos não é sinónimo de poder, mas de humildade, dedicação, honestidade. A confusão é contrária a uma consciência saudável do mecanismo próprio de todas as coisas.
O dinheiro também não é dos bancos, mas das pessoas que o ganham e o confiam a uma instituição para o manterem protegido e disponível para as suas necessidades. Não é justificável que se use como forma de chantagem e variadas imposições sobre quem é realmente dono de todo o dinheiro produzido.
As leis que defendem este estado de coisas não passam de uma súmula de regras inventadas por quem afinal defende uma péssima consciência dos direitos e deveres fundamentais, e não o verdadeiro espírito de liberdade, bem-estar e justiça para todos.
Todas estas coisas de senso comum parecem hoje, sob imposição de muita manipulação ideológica e emocional, fruto de ingenuidade em relação ao poder instituído. Mas não é verdade.
O que se passa de facto é que o verdadeiro poder é subtil e não esmaga ninguém. Quando se manifesta, garante a simplicidade e a satisfação de todos. Não complica, nem ameaça para tornar a vida cada vez mais insuportável e intrincada, uma espécie de carcereira desagradável, sombria e ameaçadora que nos traz a todos descrentes e desanimados em relação ao nosso propósito de vida.
É necessário que os novos líderes comecem a restaurar os valores autênticos que nos orientam. É imperativo e urgente que nos façam acreditar de novo no bem e na alegria de viver. 
O maior condicionamento de que sofremos é o de estar de mal com a nossa consciência. Tenhamos a coragem de o admitir e deixar que o coração nos guie, na direcção certa, com o pensamento e a acção que merecemos.
Não se deixem levar pela conversa dos papões, esses homenzinhos cinzentos e assustados com tanto medo da sua própria sombra que vivem apenas com uma crença: a da sua imposição sobre os outros como forma de se salvarem. Que cresçam e façam os seus trabalhos de casa: ninguém e nada é de ninguém, nem sequer a felicidade pessoal. 
Falai no mau, pegai num pau. Falai no bem, que ele vem também. Sejamos benéficos a maior parte dos nossos dias, para contentamento de todos e, sobretudo, do nosso.

domingo, 17 de setembro de 2017

o silêncio dos descontentes

foto mmf
Há um silêncio estudado em relação às eleições autárquicas que estão à porta. É o que têm mantido os auto-denominados órgãos de comunicação social. E por estes entendam-se indústrias de entretenimento através das quais é impossível distinguir notícias verdadeiras de manipulações descaradas da realidade. 
Há um silêncio assustador que é o do Estado e o do poder em relação à aberração em que se tornou a comunicação social. Parece que ainda contam com ela para trazer a lume alguma revelação ponderosa, como se ainda acreditassem numa reviravolta do jogo, e que quem domina a indústria pudesse ainda escolher outro lado que não o do dinheiro e dos grandes negócios.
Há o silêncio amarfanhado e raivoso dos jornalistas forçados a praticar um ofício que em nada se parece com o prometido nos seus sonhos, nas escolas e na honra de qualquer profissão. E como se vingam, na primeira oportunidade, esses humilhados escribas do poder...
Há o silêncio dos pobres de espírito que saem de casa todos os dias apenas para, como antenas de uma só função, apanharem no ar partes do diz que disse e reproduzirem essas amálgamas de aleivosias em gostos e bonequinhos nas redes sociais.
Há o silêncio dos descontentes, que mesmo podendo votar ou protestar, se deixam manietar pelos seus medos e exibem a negação como se de um traço de grande carácter se tratasse. Não se manifestam  e, de preferência, sonham passar despercebidos, com a cabeça enterrada na areia, a sonhar com o milagre que um dia lhes vai acontecer e tornar a sua vida no grande sonho que escondem dentro de si. E que apenas eles conhecem, esquecendo-se de que os aplausos por tão grandes sonhos e sucessos só pode dar-se com a colaboração dos outros.
E há também o silêncio amordaçado de quem quer mudar alguma coisa no meio destes silêncios todos.
Há uma qualidade sombria neste silêncio que não é de ouro porque alguém acredita que o ouro não é para todos. Mas é.
O silêncio vale a pena quando é para fazer orelhas moucas às más intenções alheias e agir com o coração, com verdade e com honra. Quando se deita a mão às poucas armas disponíveis e se faz cm que elas contem. Em votos ou em qualquer outra intenção manifesta.
Tudo o resto é fingir que se anda vivo quando já se aceitou uma morte antecipada. 

sábado, 7 de janeiro de 2017

sabendo a que sabe a natureza

"knowing how nature feels" - MMF jan 2017
Dentro de nós está a infinita parte do que somos. A matéria-prima capaz de transformar o mundo real na mais surpreendente das maravilhas ou num inacreditável inferno. Há que determinar todos os dias, todos os momentos, a orientação a dar à experiência que queremos manifestar. Escolho púrpuras e laranjas, explosões de cor com o respectivo eco emocional. Escolho a vida intensa do meu interior às tristes manifestações interiores. Termino e começo todos os dias com o maior dos agradecimentos pelas minhas escolhas. Sabendo a que sabe a natureza. 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

espíritos iluminados

'Christmas Fun' - pen on paper (105x149 mm)

Este ano o Festival das Luzes (Hanukkah) calha a 25 de Dezembro. Nos dias escuros de inverno, acende-se todos os dias uma vela para iluminar o mundo. Jesus também veio para trazer uma nova luz à nossa visão da vida. 
Nicolau, o bem-humorado Pai Natal, desperta a nossa boa disposição e esperança nos sonhos. Como crianças, acreditamos mais nesta altura. Renovamos o espírito da luz e deixamos que nos lembre a fé no potencial da vida.
Partilhamos refeições e presentes com os amigos e a família. Damos e recebemos. Aceitamos, ou permitimo-nos receber, essa luz que procuramos todos os dias, as ideias e os sonhos que perseguimos durante a vida. Descobrimos, no último mês do ano, que é de novo possível alimentar esperanças e deixarmo-nos inundar por essa parte do nosso espírito que mantém a luz acesa dentro de nós.
Lembramo-nos, uma vez por ano, do verdadeiro sentido da vida, do amor que se expande sempre e que tudo torna possível. É a inspiração que nos transporta para um novo ciclo a transbordar de possibilidades e escolhas diferentes.
Uma luz que não se apaga, mas que se esquece quando nos deixamos embalar pela parca e árida visão materialista do mundo. Por que não acabar e começar este e o próximo ano mantendo a nossa chama acesa?
Boas Festas, espíritos iluminados.

domingo, 16 de outubro de 2016

no limbo do domingo

Fotografia: Maria Isabel Mota
Domingos são aqueles dias de limbo, entre o lazer do fim-de-semana e a preparação para a agitação de um novo ciclo de trabalho. Entre o passado e o futuro, a pausa e a acção.
Aqui e agora, são momentos de escolha, de decisões, de karma (acção) a determinar os efeitos que se seguem.
Grandes oportunidades de crescimento pessoal e espiritual surgem logo na sexta-feira (viernes, vendredi ou o dia de Vénus), em que termina o trabalho e se corre para o oposto, o prazer; sábado (dia de Saturno), em que se descansa e se maturam as ideias e os sentimentos pessoais; e domingo (sunday), o dia do Sol e do reencontro com a lucidez e a acção.
Nada melhor do que um dia nublado e preguiçoso para nos presentear com a tranquilidade necessária para preparar mudanças. E o auxílio da fase da Lua para completar o processo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

a verdade

A verdade é que não sou, nunca fui e não tenciono ser extremista. Nem sequer de esquerda ou de direita. Nem centrista. Nem nada que alguém me chame e que não tenha pés nem cabeça.
Bem sei que é difícil perder o hábito de chamar nomes às pessoas. Mas não é impossível. É um processo de aprendizagem e posso debitar sobre isso porque, a certa altura da minha vida, compreendi que etiquetar pessoas é chamar-lhes nomes, muitas vezes assim como quem diz palavrões. E a partir daí engajei-me no processo de parar de chamar coisas aos outros. Até a mim.
Por isso, quando me chamam extremista, só têm razão no sentido em que procuro levar as coisas tão longe quanto possível, quando me parece bem e meritório.
Já de esquerda ou de direita, centro, lateral, etc., talvez haja de facto idades em que tudo tem de ser mais 'sim ou não' para todos nós. Mas não cresceu a sério quem não consiga admitir que esquerdas e direitas e outros flancos têm todos os seus méritos e os seus deméritos.
O importante é ver o bom nos outros e compreender que quanto mais bons, mais hipóteses de lhes encontrar os respectivos inversos. Mas é assim a vida, um pacote de opostos que nos ensina a beleza de escolher e do livre arbítrio.
Já na política, que é o assunto a propósito do qual vem esta prosa, no momento actual é de grande maturidade entender que já ninguém vê as coisas a preto e branco. Que a altura não é de recorrer aos padrões da passada Guerra Fria, mas sim entender o esboço de novos modelos e abraçar novas propostas.
Além disso, está bom de ver que qualquer extremismo exige boas pernas, prontas para correr à frente de cargas policiais e outras reacções quejandas, coisa que não se coadugna com o inexorável avançar da idade. Prova da sensatez da Natureza, que trata de divorciar a boa condição física de uma maior acuidade mental, abrandando os excessos e remetendo-os para idades em que menos males podem causar sem a ajuda da experiência.
As flores, a contemplação, a tranquilidade e a cabeça nas nuvens sempre estiveram mais de acordo com as minhas expectativas de vida, os projectos e a felicidade com que me comprometo.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

escolhas e fantasias

Muito se queixam as pessoas, mas o certo é que, o governo que têm é sua escolha. Que esperavam, ao tomar a decisão de votar em pessoas cujo universo mental parece o de um mata-borrão? O único acerto foi anteciparem o derrame de tudo o que é vital e a respectiva absorção por um governo que parece um aspirador de anti-matéria. Há que deixar de responsabilizar gente obviamente incapaz de assumir determinadas responsabilidades e começar de imediato a imaginar governantes poderosos, criativos e capazes de mudar realmente a nossa realidade.