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sexta-feira, 14 de julho de 2023

a Bastilha e as caixas estanques de acrílico

 
Hope Flags Take I-01 by MMF

Dia da Bastilha e lá vemos um mar de tropa a desfilar. Nada contra. Só se estranha depois de ouvir tanta letra sobre a paz mundial e sustentabilidade, mais acordos sobre acordos sobre os mais maravilhosos desejos da Humanidade e, no final, todos os dias das nações a serem celebrados com paradas militares. 

Ou o orgulho nacional afirmado na ponta das armas. Deve fazer sentido, embora me escape.
Sabendo todos nós que na vida só a morte é certa, não vejo, francamente, a utilidade de se pensar permanentemente em matar estes ou aqueles. Já passou tempo suficiente para pensarmos e executarmos soluções de sobrevivência mais criativas.

Depois somos apanhados de surpresa por personagens de banda desenhada e de mau carácter que acordam um dia e invadem os vizinhos. Como se todos os 'bons exemplos' que se vêem por aí não fossem uma inspiração para todas as desgraças.
 
Como se vivêssemos todos num mundo ordenado em caixas estanques de acrílico. 

domingo, 15 de abril de 2018

uma questão de lógica


Por uma questão de lógica, se condenamos ataques e bombardeamentos, que sentido faz atacar ou bombardear quem faz o mesmo? Só se for o de abdicar do que achamos certo para descer de nível num jogo que, à partida, não se quer jogar.
Que sentido faz, na mesma linha lógica, condenar à morte quem mata? Ou ser a favor da pena de morte e depois condenar o aborto como um assassínio? 
Olho por olho e dente por dente é uma resposta de quem está acossado, de que não vê alternativas. No entanto, há sempre outra forma de ver as coisas e não é perpetuando uma cadeia de agressões que se vai à origem dos problemas para mudar o padrão, ou paradigma, que nos aprisiona numa realidade que não se quer viver.
Tomar partido também não resolve um conflito. Apenas adiciona mais peso a um dos pratos da balança, sem diluir o que divide, sem conduzir uma outra direcção.
Estaremos condenados a debatermo-nos ciclicamente com estes impulsos irracionais, em vez de reconhecer o medo pelo seu real valor, ou falta dele?

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

campanhas de destruição maciça

Harmony (MMF)


Uma campanha eleitoral não é uma guerra de gangues. Não versa sobre quem tem mais podres, mas sobre o que se pode fazer por um território e por uma comunidade.
As campanhas são um sistema pensado para permitir que alguns indivíduos dêem voz aos projectos que acreditam virem a beneficiar a sua vida e a dos outros.
Não são uma arma de arremesso para tentar dar cabo da vida de outras pessoas num período determinado por lei. Não são para acender guerrilhas em vez de falar do que realmente está em causa.
Quem escolhe vomitar veneno em vez de demonstrar o que pode fazer pela sua terra não merece ser votado como digno representante da sua comunidade. Porque apenas está a demonstrar o que acha aceitável em termos de relação com os outros.
Precisamos de campanhas feitas por pessoas que ajam com educação e respeito, que mostrem o que de facto querem fazer pela terra e pelas gentes, que falem do que está em causa e das soluções com que pensam resolver questões básicas.
É urgente que as campanhas voltem a ser sobre o que torna a nossa vida boa e possível neste planeta e não sobre as lutas de poder entre egos cegos e sôfregos que acham que podem viver numa conta virtual numa offshore, em vez de apreciar a vida num espaço físico equilibrado e tranquilo.
O nosso bem-estar, a nossa felicidade e a nossa durabilidade aqui, e agora, dependem da nossa capacidade de encontrar pessoas capazes de trabalhar em harmonia com os outros e com a natureza. Capazes de recusar todo e qualquer tipo de conflito desgastador e devastador.
É impossível acreditar em quem afirma ser o melhor para uma comunidade quando as armas que apresenta são apenas as da demolição moral e emocional, em vez da inspiração com que se animam novos projectos, da motivação que recupera a fé na vida e na sua viabilidade prática.
São pessoas de bem e educadas, as que precisamos para nos convencerem a sair de casa e votar por algo com sentido, no próximo mês de Outubro. São pessoas que mantêm a noção do que está certo e do que está errado e que, sem hesitações, se recusem a participar de esquemas viciados e malfeitores que nos envenenam a sobrevivência.
Por isso, precisamos de uma campanha limpa, feita por pessoas capazes de manter o foco no que nos vai servir a todos. E não por gente raivosa e disposta a minar e a destruir, e que acredita que todos os meios justificam os fins.
Só que os fins não são apenas uma boa contagem de votos, mas sim o que vem a seguir. O que é capaz de nos tornar mais humanos e felizes na convivência e na partilha do espaço com os outros.