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terça-feira, 19 de setembro de 2017

nas costas dos outros vemos as nossas

foto daqui
Use the right tool for the job, que é como quem diz: use a ferramenta certa para o trabalho. O que faria alguém normal, honrado, responsável, seria procurar uma fórmula própria e original de chegar as outros.
Isso seria mesmo o ideal, mas não é o que acontece quando, à falta de ideias, se pegam nas dos outros e se faz de conta que são originais. Tipo, usar cartazes com cores familiares para criar empatia com os eleitores. Ou usar as medidas anunciadas por outros como se fossem suas para preencher um programa inexistente.
Com a conivência, claro, dos órgãos de comunicação social. Esses, que tendo o dever de proporcionar igual espaço e atenção a todos, seleccionam pretensas notícias e eventos de modo a que a visibilidade contemple apenas uns e jamais outros.
Haverá realmente quem ainda acredite na decência deste tipo de intervenientes?
Pode, afinal, dizer-se use the right boys for the job, que é como quem diz: use a gente certa para o trabalho. E se o trabalho fosse bom e decente, seria ouro sobre azul.
O que se passa, no entanto, é que nenhum trabalho pode ser bom, e muito menos decente, se deita a mão a todo e qualquer estratagema para manipular a opinião pública e tapar o sol com a peneira. 
Não é bom usar nenhum poder para abusar dos outros, seja ele informativo, politico ou financeiro. Não é bom nem aceitável mentir, manipular ou usar indevidamente os instrumentos legais para conseguir pôr em prática uma agenda pessoal e de interesses privados. Não dignifica nem as empresas, nem as instituições. Não contribui para o bem geral e deve ser correctamente identificado como um comportamento anómalo, perverso e condenável.
Os meios não justificam os fins porque, em termos de efeitos, são os meios que os determinam e não os fins imediatos. Pode sempre construir-se uma bela casa na duna, mas a sua beleza nunca estará segura, pois as suas fundações não são confiáveis.
Também não é bonito nem credível mentir ou menorizar os outros, só porque têm opiniões diferentes das nossas. Porque nas costas deles vemos o que nos vão fazer e o que nos espera a seguir. Por isso, antes de escolhermos as pessoas que nos vão representar, devemos ponderar demoradamente as suas acções.
Se queremos realmente que alguma coisa mude, temos de fazer escolhas diferentes. E, sobretudo, não deixar que escolham por nós.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

haja quem vos ature

Kyoto - MARLIES MERK NAJAKA
Do ponto de vista da honestidade do observador, por que haveria ser mais estranho aceitar um país de língua espanhola (castelhana -  eu se fosse aos castelhanos aborrecia-me a sério) na cplp, na mesma semana em que um tipo que foi despedido do cargo de primeiro ministro se anuncia como candidato à presidência da república?
Quase tão natural como dizer que o País é pouco produtivo e está em crise e até precisou da ajuda da troika, quando toda a gente sabe perfeitamente que ninguém empresta dinheiro a ninguém se não houver hipóteses de pagar, e muito caro. (Otários...)
Que haverá de estranho em ter um país corrupto a injectar dinheiro num banco gerido por corruptos, com o beneplácito de outros corruptos? Absolutamente, nada, claro.
Ao menos os tipos do país do espanhol (castelhano) ainda podem afirmar que o português vem do espanhol (não do Galego) e que por isso estão em casa. Isso até é lógico, mesmo que de forma retorcida e pouco simpática. Mas os nacionalismos são assim, uma espécie de discriminação que desune como o raio, mas que toda a gente acha elegante defender.
Também ninguém estranha o abatimento de aviões e consequentes actos de pilhagem em plena Europa do século vinte e picos, o continente que desenhou a civilização tal como a conhecemos. Que há para estranhar quando uns rufiões decidem que vão fazer o que decidiram e já está? Toca a sentá-los todos à mesa com os que não se consideram rufiões e bebem e comem com eles e depois dizem que assim não pode ser, mas continuam sentados com eles à mesa. Diz-me com quem andas...
Agora também rezam todos para que a chapada de criar bicho acabe na terra dita santa e em nome de dois deuses que provavelmente são o mesmo e não tem nada que ver com aquilo. Qualquer pretexto é bom para fazer uma birra e causar sofrimento, digam os livros sagrados o que disserem, que só se lêem as partes que interessam num dado momento, e mesmo essas de questionável veracidade, visto que ninguém se põe de acordo nestas alturas e a verdade tem a simples qualidade de servir a todos do mesmo modo, ou não é de todo a verdade.
Pode concluir-se que muito se teima neste diz que disse que só serve o equívoco e os impulsos para considerar que a mentira ainda continua a ser um meio credível para alcançar a paz, mesmo que a mais elementar coerência nos grite que a verdade e a paz não podem vir de erros, tal como a laranja não pode vir de um rasteiro feijoeiro.
Haja quem vos ature!