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sábado, 9 de junho de 2018

puro prazer


A saber, quantas coisas fazemos por puro prazer? Quantas outras lembramos pela sua natureza prazenteira? E quantas arruinamos a magicar aborrecimentos tidos ou imaginados?
Pedalar sem destino, andar descalço, aterrar a cabeça à noite na almofada, boiar, fechar os olhos um minuto, cantar, sentir o vento na cara. Prestar atenção a cada momento vivido.

domingo, 16 de outubro de 2016

no limbo do domingo

Fotografia: Maria Isabel Mota
Domingos são aqueles dias de limbo, entre o lazer do fim-de-semana e a preparação para a agitação de um novo ciclo de trabalho. Entre o passado e o futuro, a pausa e a acção.
Aqui e agora, são momentos de escolha, de decisões, de karma (acção) a determinar os efeitos que se seguem.
Grandes oportunidades de crescimento pessoal e espiritual surgem logo na sexta-feira (viernes, vendredi ou o dia de Vénus), em que termina o trabalho e se corre para o oposto, o prazer; sábado (dia de Saturno), em que se descansa e se maturam as ideias e os sentimentos pessoais; e domingo (sunday), o dia do Sol e do reencontro com a lucidez e a acção.
Nada melhor do que um dia nublado e preguiçoso para nos presentear com a tranquilidade necessária para preparar mudanças. E o auxílio da fase da Lua para completar o processo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

recomeço

foto MMF 2016

Se ao menos todos os dias me lembrar que recomeço. Numa lembrança singular, sem mais memória. Porque a memória é uma espécie de arquivo geral sem discriminação e sem outro uso que o da culpa, como se fosse possível arcar com mais responsabilidade do que a dos efeitos resultantes de todas irresponsabilidades passadas.
Sofrendo os efeitos expiamos esses actos insensatos, arrumamos o processo. É importante entender que, expiado o passado, não devemos manter-nos lá e sim começar de fresco, todos os dias. Com um nascer do Sol, efeito aleluia, infusão de alegria logo pela manhã.
Recomeço sem pesos, sem nada. Nem expectativas fúteis, pois qualquer possibilidade, aceite assim sem pré-conceitos, sem os limites da memória ou as pretensões da imaginação por ela limitada, se torna mais extraordinária do que os julgamentos crêem ser possível.
Nada de listas, nada de planos. Apenas a aceitação do verdadeiro potencial de cada dia. Sem o azedume das memórias paralizantes, ou aquilo a que chamamos imaginação e não é senão o desespero da projecção de todas esperanças num futuro improvável.
Porque se nos deixamos entalar entre a memória e esse futuro imaginado, perdemos a única ferramenta capaz de alterar a realidade: o recomeço no presente, a acção agora, que estabelece as causas a moldar os efeitos a seguir.
A memória abafa o presente e a acção, a capacidade de reconhecer e confiar no potencial de fazer acontecer. É uma riqueza mesquinha que achamos muito preciosa e, afinal, são pesos que nos prendem a sítios e situações que já se deram e nos impedem de avançar e observar que há realmente outra forma de ver e de viver.
Por isso recomeço todos os dias, ou em qualquer momento, com uma confiança total em tudo o que ainda há para viver e criar. O desespero só acontece na prisão da memória. A fé é a cofiança de que há muito mais do que experiências passadas, se ao menos permitirmos e aceitarmos que há toda uma variedade de novas experiências que podemos escolher e ter a partir de agora.
É isso viver no presente, carpe diem e o tal salto de fé, que afinal não é cega, mas sim um sinal de inteligência pragmática e muito bem orientada.

terça-feira, 24 de março de 2015

absolutamente felizes

Melucha, Marita, Ana Margarida (foto: M.V. Moreno Ferreira - Vila Paiva de Andrade, Gorongosa)
Usamos o passado para calcular o futuro e, dessa forma, devíamos fixar-nos em momentos absolutamente felizes, como este, de uma infância vivida sem a pressão de memórias desagradáveis. Dessa forma não envenenávamos o presente e evitávamos o pavor de futuros que só desatinam na nossa cabeça.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

expectativas

Fim do ano, fim do mundo, natal, aniversário, fim-de-semana, férias, feriados. Datas, momentos, minutos, todos especiais, todos carregados de expectativas desmesuradas. Que não se verificam para a maioria das pessoas. E não é só porque são demasiado grandes e não têm nenhuma forma de se materializar, por magia, no momento, na hora ou no dia marcados. Não. É só porque não prestamos atenção e não tratamos de viver o presente, sem expectativas que nos situam no futuro, que ainda não existe e, por isso, não podemos gozar.
As expectativas são fantasias. O momento actual é que importa. Não é o fogo de artifício do fim do ano, as correrias para um natal em que esperamos todos sentir aquilo que desejamos, naquele dia, com aquelas pessoas, em circunstâncias que nunca correspondem às que imaginámos, porque não dependem de nós.
O aqui e agora superam tudo isso, mas a teimosia das expectativas insiste em afastar-nos sempre do momento que vivemos e que é o mais importante, o único que conta. Nunca ligamos ao que é importante e, o pior, é que educamos toda a gente para desligar do presente e concentrar a sua atenção num futuro que não existe e que não temos forma de prever ou moldar ao nosso gosto.