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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

nómadas felizes no fim do verão


Estar e bem-estar. Preguiçar finalmente de grandes emoções ou reacções. No fim do verão, com Setembro por fundo e banhos de sol tardios nas dunas. É uma sensação física que reflecte uma condição interior, a consciência de qualquer coisa que termina para dar lugar ao que por aí vem. A antecipação de um recomeço sem a pressão das expectativas.
Setembro é um mês para nos sentirmos em casa. E também para sentirmos a mudança que pode acontecer a qualquer instante. Somos nómadas felizes quando paramos para esperar em silêncio o momento de escolher um novo caminho. 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

das alturas

Por vezes é preciso sermos como as palmeiras, apontadas para o céu e acima de todas as alturas. E uma vez lá em cima, evitar olhar para baixo e fixar apenas as nuvens, nada menos. Olhar para cima é como respirar fundo, como deixar de inclinar o pescoço para baixo, como se um jugo qualquer nos obrigasse a manter a cabeça baixa e a atitude em igual altura. Para se fazer uma revolução basta olhar para cima, recusar essa pressão para baixo a que nos querem sujeitar outros-sem-eira-nem-beira, parecidos com aquelas aves estridentes que tudo repetem sem dar realmente conta do que significam os sons que produzem. E é preciso ter pena de quem nada mais sabe senão escrever e dizer cem vezes, à laia de castigo, aquilo que os/nos torna mais pequenos. Perdoemos, compreendamos que não é culpa nem nossa responsabilidade, e sigamos em frente

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ligeira

Hoje vou pegar na minha bagagem de boa disposição e outros essenciais, andar por aí e não deixar que nada me aborreça. Tiro o dia para me mimar e contrariar a predisposição geral para a crise. Já tentei fazer uma lista mental das coisas que me agradariam neste momento: ficar ao sol de olhos fechados, a ouvir música; sentar-me numa esplanada com borrachinhas nos ouvidos e ficar a observar as caras e os tiques de quem se senta à volta; ler um bocadinho coisas daquelas que nãos nos fazem ter vontade de saltar para a página seguinte porque estão bem escritas e nos dão prazer; arrastar-me pela rua a contrariar a pressa dos outros; sentir o vento na cara e o cheiro do mar. A lista é demasiado grande para decidir agora. Um passo de cada vez. Vou sair de casa e deixar-me levar. Não me procurem, porque a vossa vontade contraria sempre a minha e isso enerva-me. Quero estar sozinha porque as pessoas já não sabem estar com as outras sem tentar impingir-lhes qualquer coisa para fazer que as torne, aos seus e aos nossos olhos, pessoas mais interessantes e aparentemente vivas. Hoje, se fizerem favor, vão-se lixar, porque eu quero saborear o simples facto de estar por aqui, sem ter de, nem querer acreditar em nada de especial. Tiro férias de quereres.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Azul e branco




















Sempre foi claro para mim que existe uma aliança sagrada entre o branco e o azul. Não consigo imaginar maior suavidade, maior complementaridade, maior profundidade. Gosto da ideia de que no branco cabem todas as cores e depois, não resisto à elegância do azul. Ao romantismo. Àquela qualidade que o identifica com o infinito, com a eternidade, com a única e verdadeira natureza das coisas. Se eu tivesse criado o mundo, era assim que o fazia, azul e branco, quase monocromático mas, também, muito mais seguro do que o imenso universo de todas as cores. Suponho que assim é mais alegre. Mas eu amo o azul e o branco. Ou o branco e o azul. Já não sou capaz de sentir o mesmo pelo preto e pelo branco, mas confesso que exerce sobre mim atracção. E não posso deixar de admitir que toda a vasta gama de cinzentos, em contrastes crus com pretos e brancos tem uma elegância aterradora. No entanto, prefiro a suavidade, a sensualidade dos azuis e brancos, o sabor que quase me invade a boca ao vê-los escorrer, em grossas golfadas de tinta, sobre uma tela. O cheiro frio e arrebatador dos brancos, o calor contido dos azuis. Que fazer? Amo os azuis e brancos. São para mim como a complementaridade no amor, a paixão e a serenidade, o vento e a água. Um amor que surja entre azuis e brancos tem uma delicada definição. Equilíbrio, beleza e força, elegância. É contenção sem escorregar para o folclore multicolor. Emoção sem o desequilíbrio de notas demasiado altas ou desencorajadoramente baixas. Gosto mesmo dos azuis e brancos.